quinta-feira, 28 de maio de 2009

Introspecção


"Não digo nada sobre céu e inferno, punição e recompensa. Digo apenas que continue morrendo para o passado para que ele não pese sobre sua cabeça.
E não viva no futuro, que ainda não aconteceu.
Concentre toda a sua energia no aqui e agora. Despeje-a sobre este momento, completamente, com a maior intensidade possível.
E neste momento você sentirá a vida".

Osho

terça-feira, 19 de maio de 2009

Ela e Ele


Quando acordava, pela manhã, abria costumeiramente a janela do quarto. E lá estava ele. Em determinadas épocas do ano quase cinza de tão seco e, em outras, amarelo como o sol. Cinza ou amarelo, ele tinha a sua beleza. Era a “sua” paisagem de todos os dias. E ela se sentia feliz por ele estar ali, todos os dias, imóvel, estático, pronto para ela sempre que ela precisasse. Ele era sua testemunha de sempre. Todos os amores, todas as dores, todos os devaneios, os sonhos, todas as vitórias.
Ela cresceu muito. Ele, porém, continuou do mesmo tamanho.
Um dia, ela começou a ficar triste, muito triste. Ele percebia. Perdia seu encanto dia após dia. Ela parou de olhar para ele. Isso porque ela não tinha mais tempo pra ele. Ela cresceu muito.
Até que depois de algum tempo, ela ficou tão triste que ficou doente. O quarto passara a ser o lugar mais tolerável da casa. Ela não queria mais olhar pra nada. Ela não conseguia enxergar nada. Até que o vento soprou forte na janela do quarto dela. E ela já ia fechá-la quando ele balançou mais forte que o habitual. Ela o percebeu. Ele a afetara novamente. Ela viu graça nele novamente. Agora, ela tinha tempo pra ficar olhando pra ele. Era tempo o que ela precisava. E era o olhar dela que devolvia a ele o seu encanto. Com o olhar da menina, a cada dia ele ganhava mais cor, mais sentido, mais vida. Ela também.
(Imagem: Baixaki)