sexta-feira, 31 de julho de 2009

Sagrado

(Imagem: Hugo de Lima)

... No inverno te proteger
No verão sair pra pescar

No outono te conhecer
Primavera poder gostar
No estio me derreter
Pra na chuva dançar e andar junto
O destino que se cumpriu
De sentir seu calor e ser tudo
Sim, todo amor é sagrado...
(Beto Guedes)

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Vício

Ler há muito deixou de ser um lazer e passou a ser mais que uma necessidade. De fato, para mim, ler é um vício desses que não se tem vontade de deixar.
Minto. Às vezes reclamo desse vício, especialmente quando passo parte das noites em claro, devorando o livro para que acabe logo. E depois do fim vem a ressaca: momentos divididos entre a alegria de chegar ao final da história e a tristeza de quem perde um amigo querido.
Ler me tornou curiosa, sedenta. Ler me tornou, ora autora, ora personagem das histórias que li e das que ainda não estão no papel.


(Imagem: Frederick Leighton)


“Ela deixou cair o livro.
Ajoelhou-se.
A roubadora de livros uivou.
Seu livro foi pisoteado várias vezes quando começaram a limpeza e, embora tivesse havido ordens de que se limpasse apenas a confusão de concreto, o objeto mais precioso da menina foi jogado num caminhão de lixo, e foi nesse ponto quer me senti obrigada. Subi na caçamba e peguei com minha mão, sem me dar conta de que o guardaria e olharia milhares de vezes, ao longo dos anos. Observaria os lugares em que nos cruzássemos e me deslumbraria com o que a menina viu e a maneira como sobreviveu. Isso é o melhor que posso fazer – ver aquilo se encaixar em tudo o mais de que fui espectadora naqueles tempos.
Quando me lembro dela, vejo uma longa lista de cores, mas são as tre em que a vi em carne e osso que tem mais ressonância. Vez ou outra, consigo flutuar muito acima daqueles três momentos. Fico suspensa, até que uma verdade séptica sangra para a realidade.”(“ A menina que roubava livros “de Markus Zusak)

Por esses dias, depois de me aventurar pelos campos de Auschwitz com “O menino do pijama listrado”, resolvi não mudar de ares e permaneci na Alemanha Nazista da década de 1940 e me coloco ao lado daquela que pretende mostrar as dores desse período através de sua “carreira ilustre” como roubadora de livros. Qualquer semelhança é mera coincidência.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Fim da semana

Frases que fizeram a semana valer a pena (fora da ordem de importância):
  • "Ela te adorou, Van!" da Tia Mi.

  • "Mta saudade de vc 'doida'...Seu Zézinho continua um fofo... Nossa! Tem um povo tão idiota na van... Credo, você não sabe a falta que faz. Eu só durmo agora, tanto na ida quanto na volta!!!" da Jaci (companheira de idas e vindas da Faculdade).

  • "Ei, Pandinha, eu te amo muito, muito, muito. Carpe Diem." do amor meu.

  • "Tô óóóótima!" e "Cê tá bem, Preta?! A tia precisa te trazer o outro livro" da Tia Magda(lena...rs...).


- Alô?
Uma voz infantil atende o telefone. Eu estranho.
- Quem é? - pergunto.
- É o Uriel.
- Oi, Uri. É a Vanessa.
- Oooi, tiiiiiaaa... - ele responde empolgado.

E eu? Depois de mais de 5 anos, ainda quase choro.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Pra não perder o costume


Ao som da Bossa a menina dança.
Pés descalços pra não perder o costume.
Rodopia, rodopia... Até ficar tonta...
Mas não para. Agora, balança o corpo de um lado pro outro.
A música penetra seu corpo como um amante. Penetra-lhe a alma...
A menina já não é mais menina no corpo, mas não perde a “meninez” da alma...
Encanta-se com o mundo em movimento, faz dele seu quintal...
Brinca. Fuça. Descobre. Encanta-se.
Percebe que todos os seus dias nascem como se o mundo se fizesse novo a cada abrir de olhos.
Mas ela se encanta com a mesma música, os mesmos passos e a mesma emoção...
A menina samba...
Vestido comprido, cabelo amarrado e seu amor do lado...
A menina dança enquanto cria histórias. Histórias que se tornam suas próprias canções, seus próprios livros.
Ela as dança. Ela as movimenta. Ela as faz oração...
Ela saúda e brinda a vida de sempre com o encantamento dos olhos que se abrem para o seu mundo novo de todas as manhãs...
Ao som da Bossa a menina vive.
Olhos encantados... pra não perder o costume.
(Imagem: Guilherme LC/SPMetrópole)