quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Covarde

(Arquivo Pessoal)

Primeiro a descrença. Ou seria a fé, a certeza de tudo?
Depois, vieram as necessidades: deixar tudo pago, tentar deixar tudo o que precisava ser feito por escrito e arrumar alguém para substituí-la no trabalho.

Pensou na carta. O que dizer? Era mesmo necessário escrever alguma coisa? Não pareceria muito clichê? Óbvio demais?

Agora, era a vez do método. Foi aí que ela desistiu e mais uma vez provou para si mesma o que a motivara: era covarde demais.

Desistiu. Não porque se sentiu melhor e havia encontrado uma maneira de resolver as coisas. Pelo contrário, seu desejo só havia aumentado.

Desistiu porque não era capaz.

"Incapaz, covarde!", repetia ela em frente ao espelho.

O tempo passaria e ela se conformaria.

Pensou no seu desejo de ser mãe e decidira que não teria filhos. Já os amava e desejava tanto que decidira poupá-los do mundo e principalmente de si mesma.
Covarde!

Um comentário:

Larissa Guiroto disse...

Não, covarde não.
Os covardes escondem-se de suas decisões por medo dos julgamentos. Covardes têm medo de desistir.

Ótimo final de semana!
beijo beijo