Meu coração está disperso
Nos tempos de tristeza
Eu tenho desejo e um coração

(Imagem: ZonaMix)
(Imagem: Joshua Reynolds - "Child Prophet Samuel Prayer")
(Quando ele fala, meu mundo cala. Salve Jorge!)
Em vida, chamaram-me de muitas coisas: irmã, amante, sacerdotisa, maga, rainha. O mundo das fadas afasta-se cada vez mais daquele em que cristo predomina. Nada tenho contra o Cristo, apenas contra os seus sacerdotes, que chama a Grande Deusa de demônio e negam o seu poder no mundo. Alegam que, no máximo, esse seu poder foi o de Satã. (...) E agora que este mundo está mudado e Arthur – meu irmão, meu amante, rei que foi e rei que será – está morto (o povo diz que ele dorme) na ilha sagrada de Avalon, é preciso contar as coisas antes que os sacerdotes do Cristo Branco espalhem por toda parte os seus santos e lendas.
(Imagem: Yinsights)
Sim, eu ando com uma caneca de plástico verde na bolsa. Na faculdade isso é muito comum. Quando adotei a minha, eu me achava "a" estranha fora da faculdade quando todos ficavam me olhando como se eu fosse um alienígena portando uma caneca de plástico. E verde. Não que isso não tenha mudado, mas agora quem mudou foi eu. Não acho estranho. As pessoas é que acham. Para mim, é mais que normal: é necessário.
Gosto de saber que cada copo descartável que eu não uso contribui e muito para o meu futuro, para o futuro dos meus futuros filhos e para o de tantas outras criaturas (cada copo descartável leva aproximadamente 4 séculos para de desintegrar).
Atitude simples, benefício enorme.
(Imagem: Jeune fille lisant de Alexei Alexeievuitsch, 1878)
(Imagem: Evora)



(Imagem: Hugo de Lima)
(Imagem: Frederick Leighton)
“Ela deixou cair o livro.
Ajoelhou-se.
A roubadora de livros uivou.
Seu livro foi pisoteado várias vezes quando começaram a limpeza e, embora tivesse havido ordens de que se limpasse apenas a confusão de concreto, o objeto mais precioso da menina foi jogado num caminhão de lixo, e foi nesse ponto quer me senti obrigada. Subi na caçamba e peguei com minha mão, sem me dar conta de que o guardaria e olharia milhares de vezes, ao longo dos anos. Observaria os lugares em que nos cruzássemos e me deslumbraria com o que a menina viu e a maneira como sobreviveu. Isso é o melhor que posso fazer – ver aquilo se encaixar em tudo o mais de que fui espectadora naqueles tempos.
Quando me lembro dela, vejo uma longa lista de cores, mas são as tre em que a vi em carne e osso que tem mais ressonância. Vez ou outra, consigo flutuar muito acima daqueles três momentos. Fico suspensa, até que uma verdade séptica sangra para a realidade.”(“ A menina que roubava livros “de Markus Zusak)
Por esses dias, depois de me aventurar pelos campos de Auschwitz com “O menino do pijama listrado”, resolvi não mudar de ares e permaneci na Alemanha Nazista da década de 1940 e me coloco ao lado daquela que pretende mostrar as dores desse período através de sua “carreira ilustre” como roubadora de livros. Qualquer semelhança é mera coincidência.
- Alô?
Uma voz infantil atende o telefone. Eu estranho.
- Quem é? - pergunto.
- É o Uriel.
- Oi, Uri. É a Vanessa.
- Oooi, tiiiiiaaa... - ele responde empolgado.
E eu? Depois de mais de 5 anos, ainda quase choro.


Num desses momentos em que a gente para pra pensar na vida, me dei conta de que nos últimos tempos, mais precisamente nos últimos 3 ou 4 meses, eu aprendi muito, mas muito mesmo. Não me gabando e querendo dizer que sei muito, mas me colocando na posição de eterna aprendiz mesmo. E, hoje, somente hoje, depois de tanta coisa aprendida e "apreendida" é que percebo quanta coisa poderia ter sido vivida de uma maneira diferente.Não que eu mudaria muita coisa do que fiz ou deixei de fazer, mas acredito que as situações poderiam ter sido encaradas de uma maneira bem diferente: mais serena, mais centrada, mais calma, até... Mas como não se pode mudar o que passou, fica, inevitavel e felizmente, o aprendizado... e o quanto ele pode mudar a sua forma de ver e encarar a vida...(Imagem: Mauro Taraborelli)
Chiquitita, tell me what's wrong


